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Seleções mundiais de todos os tempos

Imagem retirada de: http://www.eurosport.com/football/the-top-five-players-of-all-time-where-does-johan-cruyff-rank-on-our-list-of-greats_sto5380373/story.shtml

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Caros eleitores, resolvi escalar alguns “dream teams”: seleções com os maiores jogadores em todos os tempos.

Serão 8 esquadrões: times dos sonhos, A,B,C e D (reunião das maiores lendas, sem grandes preocupações defensivas); e melhores equipes realistas possíveis,  A, B, C e D (balanceados nos quesitos defesa e ataque).

Indispensável lembrar que maior não significa, necessariamente, melhor. Assim, talvez algum jogador da equipe “A” (ali em razão de conquistas individuais e coletivas) não tenha sido tão bom tecnicamente quanto outro da equipe “B”. Por exemplo, para mim, Leandro (ex-Flamengo/Seleção brasileira) foi melhor, mas não maior que Cafu.

Pois bem, seguem as equipes.

TIMES DOS SONHOS

A (4-1-3-2):  Yashin; Carlos Alberto Torres, Bobby Moore, Baresi e Nilton Santos; Beckenbauer; Cruyff, Pelé e Maradona; Messi e Di Stéfano.

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Beckenbauer, meia na Copa de 1966, e líbero em seu auge (maior defensor em todos os tempos), poderia, facilmente, exercer com maestria a função atual de primeiro volante.

Na defesa, entre Maldini e Carlos Alberto Torres, o brasileiro seria o lateral mais ofensivo.

Além do mais, sem centroavante fixo, os “cinco reis do futebol”* revezariam, constantemente, entre o meio de campo e ataque. Como parar Pelé, Maradona, Messi, Cruyff e Di Stéfano? Impossível!

*Menotti, lendário técnico argentino, disse, recentemente, que Messi pode se juntar aos que ele chama de quatro reis do futebol: Pelé, Maradona, Cruyff e Di Stéfano),

B (4-1-2-3): Buffon; Djalma Santos, Cannavaro, Scirea e Nilton Santos; Rijkaard, Zidane e Zico; Garrincha, Ronaldo e Cristiano Ronaldo.

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Nilton e Djalma Santos, dois laterais ofensivos, e um meio de campo formado por Rijkaard (que também recuaria para atuar como um terceiro zagueiro), Zidane e Zico, abasteceriam um ataque com Garrincha, Ronaldo e Cristiano Ronaldo.

No ataque, Garrincha seria um puro ponta, enquanto Cristiano Ronaldo, além de ponta, avançaria para fazer uma dupla de centroavantes com o Ronaldo brasileiro.

C (4-1-3-2): Zoff; Cafu, Figueroa, Passarela e Roberto Carlos; Zito; Bobby Charlton, Platini e Rivellino; Eusébio e Puskas.

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Dois laterais ultra ofensivos, Cafu e Roberto Carlos, auxiliariam Charlton, Platini e Rivellino, na criação de jogadas para Puskas e Eusébio (ambos flutuariam como falsos 9’s, pois não eram centroavantes de ofício).

D (4-3-3): Banks; Leandro, Bergomi, Krol e Júnior; Pirlo, Gérson e Didi; Romário, Van Basten e Ronaldinho.

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Sem nenhum primeiro volante marcador, Pirlo, Gérson e Didi ficariam responsáveis tanto pela armação, quanto pela marcação. Os três teriam o reforço de Júnior e Leandro, laterais extremamente técnicos e capazes de jogar no meio de campo.

Ronaldinho jogaria em sua posição natural, ponta/meia-atacante. Enquanto Romário, seria um segundo atacante/centroavante, numa poderosa dupla com Van Basten.

TIMES BALANCEADOS

A (4-2-3-1): Yashin; Djalma Santos, Bobby Moore, Baresi e Maldini; Beckenbauer e Lothar Matthäus; Messi, Pelé e Maradona; Ronaldo.

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Djalma Santos e Maldini, dois laterais defensivos, não subiriam muito ao ataque. Beckenbauer atuaria como primeiro volante/líbero, amparado por seu compatriota Matthäus (igualmente capaz nas funções de líbero e meio-campista) na marcação no meio de campo.

Ronaldo seria abastecido pelos super meia-atacantes Messi, Pelé e Maradona (os quais, outrossim, recuariam para ajudar um pouco a dupla alemã). Ademais, “La Pulga” e/ou “O Rei” avançariam, em certos momentos da partida, para fazer uma dupla ofensiva (ou trio) com o “Fenômeno”.

B (4-2-1-3): Buffon; Carlos Alberto Torres, Cannavaro, Scirea e Nilton Santos; Rijkaard, Falcão e Zidane; Garrincha, Gerd Müller e Cristiano Ronaldo.

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Com dois volantes na equipe (Falcão e Rijkaard), os laterais brasileiros teriam liberdade para subir ao ataque. Zidane seria o principal armador do time, auxiliado, ocasionalmente, por Falcão. O outro volante, Rijkaard, recuaria como um terceiro zagueiro durante a partida.

No ataque, Garrincha seria um puro ponta, enquanto Cristiano Ronaldo, além de ponta, avançaria para fazer uma dupla de centroavantes com Müller.

C (4-3-1-2): Zoff; Cafu, Figueroa, Passarela e Roberto Carlos; Zito, Didi e Gérson; Zico; Puskas e Eusébio.

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Um duro volante marcador, Zito, e dois meias-armadores clássicos, Gérson e Didi (na minha opinião, ambos seriam capazes de atuar como segundo volantes no futebol atual) permitiriam avanços seguros de Cafu e Roberto Carlos.

Zico, com o apoio de Gérson e Didi, armaria jogadas para Eusébio e Puskas (ambos flutuariam como falsos 9’s, pois não eram centroavantes de ofício).  O “galinho”, outrossim, eventualmente, entraria na área para completar uma linha de três atacantes.

D (4-3-1-2): Banks; Thuram, Bergomi, Krol e Facchetti; Vieira, Xavi e Iniesta; Platini; Romário e Van Basten.

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Thuram e Facchetti, dois laterais defensivos, e Vieira, primeiro volante, concederiam liberdade para Xavi e Iniesta repetirem a dupla do Barça (lógico que os dois, também, ajudaria o volante francês na marcação). Ambos espanhóis auxiliariam Platini na criação de oportunidades de gols para os dois centroavantes de ofício, Van Basten e Romário.

Alfim, imperioso dizer que há várias lendas desse magnífico esporte que poderiam figurar em alguns desses times, e que também merecem ser homenageados. Jogadores como Gianni Rivera, Sandro Mazzola, Valentino Mazzola, Giuseppe Meazza, Silvio Piola, Roberto Baggio, Berti Vogts, Uwe Seeler, Paul Breitner, Sepp Maier, Raymond Kopa, Henry, Just Fontaine, José Manuel Moreno, Mario Kempes, Ossie Ardiles, Adolfo Pedernera, Omar Sivori, Rivaldo, Jairzinho, Domingos da Guia, Leônidas da Silva, Zizinho Clodoaldo, Tostão, Gylmar, George Best, Peter Schmeichel, Michael Laudrup, John Charles, Stanley Matthews, Obdulio Varela, José Santamaría, José Leandro Andrade, Ruud Gullit, entre tantos outros.

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12 Comments

  1. Bart

    Nessa concordamos muito tbém. No meu Winning Eleven de Play1 e agora no Pes do PS2 eu fiz o seguinte time:
    Go- Yashin; Ld- C. A. Torres; Za- Bobby Moore; Za- Baresi; Le- Nilton Santos; Vo- Beckenbauer; Mc- Cruyff; Ma- Maradona; At- Messi; At- Pelé; At- Di Stéfano. Banco- Banks e Zoff; Djalma Santos, Figueroa, Passarella e Maldini; Matthaus, Zidane e Platini; Garrincha, Puskás e Romário. Abç.

  2. Bart

    Olá de novo. Fiz as formações com base nos times que, penso, seriam os melhores de todos os tempos numa formação funcional;
    G.O.A.T.:
    https://www.buildlineup.com/shared/5bb63809138c092e24ac4367
    *O banco de reservas eu coloquei nos comentários.

    Um segundo time:
    https://www.buildlineup.com/shared/5bb7a9e1138c092e24ac4565
    *Banco de reservas nos comentários.

    Acho que se fosse possível criar um bom ambiente com todos esses egos reunidos o 1º time seria praticamente imbatível. Abraço

    • Comment by post author

      Otávio Pinto

      Excelentes times, Bart.
      “Acho que se fosse possível criar um bom ambiente com todos esses egos reunidos o 1º time seria praticamente imbatível”. Com certeza, principalmente o seu primeiro time. Gostei bastante do segundo também, mas eu trocaria um dos atacantes por outro jogador de meio de campo. Abraço.

      • Bart

        Cara, desculpa ficar enchendo sua caixa de comentários, mas me bateu a curiosidade. Quem vc colocaria? Realmente este segundo time ficou bem menos funcional, com quatro jogadores com pouca ou nenhuma aptidão para a recomposição. Mas fiz assim para manter os mais bem ranqueados na história do futebol numa formação minimamente possível. Mas na hora do pega o CR7 dificilmente aceitaria a ponta esquerda hehehe. o Domingos era, segundo relatos, um zagueiro bem lento, então talvez essa formação o deixaria exposto (e talvez perdesse a titularidade para Bergomi ou Krol).
        No primeiro time minha única dúvida no time titular era entre Di Stefano e Garrincha (há poucas imagens de ambos), fiquei com o mais completo (mas provavelmente menos genial).
        Zidane, Platini e Zico são gênios, mas a presença dos três é um pouco redundante, numa convocação real possivelmente um rodaria, dando lugar a um centroavante, que pra mim seria o Romário (sou romarista hehe).
        Abrass

        • Comment by post author

          Otávio Pinto

          Nem se preocupe, Bart. Gosto bastante desse assunto. Concordo com sua fundamentação em relação à comparação Di Stéfano/Garrincha e à redundância na presença de Zidane, Platini e Zico.
          Nenhum problema em ser Romarista. kkk Tiraria então Ronaldo e colocaria Falcão (presente nos seus reservas) em seu lugar (numa linha de dois volantes ao lado de Rijkaard), ou qualquer outro jogador de meio capaz de defender, armar e preencher espaços.
          Abraço.

  3. Bart

    Boa tarde, como sugestão para próximas postagens sugiro que você faça as seleções de todos os tempos por país. Eu já fiz e constatei por exemplo que a Holanda teria um dos melhores times (no papel), haja vista a quantidade de jogadores espetaculares, mesmo sendo um país tão pequeno.

    E uma pergunta, você acha que os grandes jogadores de remotos períodos teriam o mesmo esplendor se misturados a lendas mais recentes? Dos anos 50 e 60 para cá os vídeos me convencem que os caras eram feras em qualquer época, mas, e se formos aos anos 30, 20, 10 (Leônidas, José Leandro Andrade, Friedenreich, Sindelar, Meazza etc? O que você acha? Abraço.

    • Comment by post author

      Otávio Pinto

      Obrigado pela sugestão, Bart! Realmente a Holanda teria um time espetacular. Talvez faça num futuro próximo postagens desse tipo.
      Acho que sim. Se eles se destacaram muito nas suas épocas, penso que treinados com o apoio da ciência atual, seriam geniais também.

  4. Bart

    Olá novamente.
    Viste a lista da France Football sobre o que seria o “dream team” de todos os tempos (segundo critérios um tanto polêmicos por assim dizer)?
    Para mim ficou claro um fenômeno curioso e injusto: qualquer jogador que fez toda ou boa parte da carreira na América do Sul sai perdendo nestas eleições eurocêntricas.
    Romário, Rivellino, Zico e Passarella não ficaram nem no terceiro time… e a revista sequer colocou para concorrer entre os zagueiros Elias Figueroa.
    Fica claro que, para a historiografia europeia, quem não fez a carreira na Europa ou ao menos não ganhou uma Copa já perdeu qualquer chance de concorrer.

    No fim das contas gostaria de saber o que você achou do Cafu no primeiro time. Será que nós do Brasil o subestimamos ou os europeus que o superestimam? Sinceramente ele não estaria nem se fosse só dentre os jogadores que eu vi (na frente, pra mim, Zanetti, Daniel Alves e Lahm).

    Abç

    • Comment by post author

      Otávio Pinto

      Sim, amigo, também percebi essa má vontade contra quem não fez a maior parte da carreira na Europa. Um anacronismo! Esquecem que vencemos 3 de 4 Copas com todos jogadores atuando no Brasil, além do alto nível dos nossos clubes até o final dos anos 90. Apenas abrem exceções para três dos nossos maiores gênios: Didi, Pelé e Garrincha. Concordo com você: bastante injusto!

      Sobre o Cafu, esse fenômeno acima também explica um pouco de sua supervalorização pelos europeus. Eles jamais aceitariam, por exemplo, que um Leandro (“apenas” jogou no Flamengo) foi muito mais jogador que o Cafu (algo evidente para quem conhece o futebol dos dois). Reconheço a grandeza do Cafu em razão de sua regularidade, suas conquistas, mas não vejo como colocá-lo acima de Carlos Alberto Torres, Djalma Santos, e tantos outros. Pior, fizeram uma linha com apenas 3 defensores, o que torna ainda mais absurdo preterir o Capita ao Cafu.

      Quanto à seleção da France Football, apesar de discordar principalmente da presença do Cafu e do Xavi (poucos lembram, mas até os 28 anos, ele não era tachado como um dos melhores do mundo; nenhum voto para o “Ballon D’or”, por exemplo, do início da carreira aos vinte e oito), não achei o primeiro time tão ruim (os outros são fracos, especialmente pelo que você disse). É um “dream team”, não precisa ser balanceado.

      Se eu tivesse que escalar uma seleção balanceada dos maiores hoje (sim, eu sempre mudo kkk), eu escolheria num 4-2-3-1: Yashin; Carlos Alberto Torres, Baresi, Bobby Moore e Maldini; Beckenbauer e Zidane; Messi, Pele e Maradona; e Cristiano Ronaldo.

      Nilton Santos, Roberto Carlos, Djalma Santos, vários poderiam entrar nas laterais, mas preferi Maldini e Carlos Alberto, 2 jogadores altos que também brilharam como zagueiros. O time precisa de altura e defesa.

      Beckenbauer foi um grande meio de campo no início da carreira (figurou no meio de campo da seleção do torneio na Copa do Mundo de 1966); depois virou o maior defensor (libero) do mundo. Por isso, acho que ele seria um fenomenal volante moderno.

      Coloquei Zidane como o clássico camisa 8 da era de ouro do futebol brasileiro: o meia-armador, como Didi e Gérson no passado. Se o em campo ficasse muito ofensivo, colocaria um Falcão nessa posição.

      3 meia-atacantes: Maradona (esquerda), Pelé (centro) e Messi (direita). Não precisa de muitas explicações. Seria muito legar ver esses 3 trocando posições, revezando, chegando na área para auxiliar o centroavante.

      Na posição de centroavante, fui pela carreira. Pessoalmente, acho que na bola o Ronaldo Fenômeno foi melhor do que o português. O brasileiro, antes das lesões, foi o mais próximo que já se viu de Pelé em termos de união de talento e supremacia física sobre os adversários. Porém, pelas lesões, certo desleixo do brasileiro a partir dos 28 anos, sua carreira acabou um pouco inferior a do Cristiano Ronaldo. Bom admoestar que poderia colocar o Cruyff na posição, principalmente pelo seu papel na evolução do futebol, porém ele era menos homem de área que o português.

      Abraço e obrigado pelo comentário!

      PS: Romário, Rivelino e Zico estariam, facilmente, nos meus outros 2 times.

  5. Bart

    Penso exatamente o mesmo a respeito do Cafu… acho que o futuro tende a cristalizar a opinião eurocêntrica (digo isso porque vejo nos comentários de youtube uma supervalorização do Cafu em detrimento de Torres, Djalma e principalmente do Leandro, pelas razões por ti explanadas: anacronismo + eurocentrismo).

    Aliás, com a lista da France Football desenvolvi a seguinte tese: Se Lev Yashin ao invés de soviético, fosse chileno, fazendo exatamente as mesmas proezas que fez na e pela União Soviética, no Chile, ele certamente estaria fora do primeiro lugar nas eleições europeias (talvez até nas sul-americanas por emulação) de melhor goleiro da história. Contestariam quantos dos seus mais de 150 pênaltis defendidos foram defendidos em jogos “não oficiais”, e, com o argumento de que a posição dele foi a que mais evoluiu o colocariam talvez até fora de um top 5, colocando Buffon, Schmaichel na frente do aranha negra; quem sabe, até o Casillas, já que títulos europeus são tão importantes…hehehe.
    Em contrapartida, se Obdúlio Varela fosse holandês, e tivesse feito as mesmíssimas proezas, que fez pelo Uruguai, na seleção neerlandesa, e pelo Peñarol, por algum time europeu, creio que ele seria muito mais lembrado quando fossem escolher os melhores cabeças de área da história.

    Quanto ao Xavi, concordo que ele não deveria compor o primeiro time. Mas faço a ressalva de que as posições de primeiro e segundo volante são as mais abertas quando se elabora um Dream Team de todos os tempos, até porque são os primeiros sacrificados quando se quer colocar mais lendas ofensivas. Ele foi um craque tardio é verdade, mas um craque. Talvez no nível de um Bozsik ou Masopust, Mas abaixo de Didi e Matthaus na minha opinião.
    No meu, eu também coloco o Beckenbauer de primeiro volante (pelos motivos que você explicou) e o Cruyff como segundo (na verdade, um meio-campista mais recuado que o Maradona). Acho que já devo ter colocado ela aqui em algum comentário.

    Aliás, talvez seja o ponto em que você mais irá discordar de mim, mas não concordei com o espanto de muitos analistas quanto ao fato de ser eleito Matthäus no primeiro time (no meu é reserva). Esses dias revi a final de 86, e até a sua saída (provavelmente pelo amarelo, mas mesmo assim considero um equívoco) o Maradona estava sendo anulado, ou ao menos, muito bem marcado.
    Agora eu te pergunto, quantos craques, do nível ofensivo do Matthäus, têm também a capacidade de marcar a ponto de serem destacados para marcar individualmente um craque adversário? Rijkaard, Sammer e mesmo Scirea não eram tão bons quanto Lothar no ataque. Didi, Falcão, Breitner e Redondo pelo o que vi, não teriam a mesma capacidade de marcação, perseguição e desarme. Talvez só Beckenbauer e Neeskens teriam a mesma pujança defensiva e qualidade no ataque.

    Quanto ao Cristiano Ronaldo, sigo sendo voz dissonante: é um craque, um monstro físico, talvez o mais obcecado e perfeccionista da história deste esporte, talvez o que com esforço mais expandiu o que poderia conseguir em condições normais. Mas, na centroavância, que é onde ele briga realmente, dos que vi prefiro Romário, depois Ronaldo fenômeno. Mas é aquela questão de quem é o maior não necessariamente é o melhor, penso eu.

    Abç

    • Comment by post author

      Otávio Pinto

      “Penso exatamente o mesmo a respeito do Cafu… acho que o futuro tende a cristalizar a opinião eurocêntrica (digo isso porque vejo nos comentários de youtube uma supervalorização do Cafu em detrimento de Torres, Djalma e principalmente do Leandro, pelas razões por ti explanadas: anacronismo + eurocentrismo)”

      Sim, tende mesmo. Por isso importante debates como esse para, ao menos, informar os brasileiros mais jovens.

      “Aliás, com a lista da France Football desenvolvi a seguinte tese: Se Lev Yashin ao invés de soviético, fosse chileno, fazendo exatamente as mesmas proezas que fez na e pela União Soviética, no Chile, ele certamente estaria fora do primeiro lugar nas eleições europeias (talvez até nas sul-americanas por emulação) de melhor goleiro da história. Contestariam quantos dos seus mais de 150 pênaltis defendidos foram defendidos em jogos “não oficiais”, e, com o argumento de que a posição dele foi a que mais evoluiu o colocariam talvez até fora de um top 5, colocando Buffon, Schmaichel na frente do aranha negra; quem sabe, até o Casillas, já que títulos europeus são tão importantes…hehehe.
      Em contrapartida, se Obdúlio Varela fosse holandês, e tivesse feito as mesmíssimas proezas, que fez pelo Uruguai, na seleção neerlandesa, e pelo Peñarol, por algum time europeu, creio que ele seria muito mais lembrado quando fossem escolher os melhores cabeças de área da história”.

      Adiro à sua ótima tese. Basta ver como esqueceram do Elias Figueroa (você bem lembrou no comentário anterior); não colocaram-no nem nas opções de votação.

      “Quanto ao Xavi, concordo que ele não deveria compor o primeiro time. Mas faço a ressalva de que as posições de primeiro e segundo volante são as mais abertas quando se elabora um Dream Team de todos os tempos, até porque são os primeiros sacrificados quando se quer colocar mais lendas ofensivas. Ele foi um craque tardio é verdade, mas um craque. Talvez no nível de um Bozsik ou Masopust, Mas abaixo de Didi e Matthaus na minha opinião.
      No meu, eu também coloco o Beckenbauer de primeiro volante (pelos motivos que você explicou) e o Cruyff como segundo (na verdade, um meio-campista mais recuado que o Maradona). Acho que já devo ter colocado ela aqui em algum comentário.

      Aliás, talvez seja o ponto em que você mais irá discordar de mim, mas não concordei com o espanto de muitos analistas quanto ao fato de ser eleito Matthäus no primeiro time (no meu é reserva). Esses dias revi a final de 86, e até a sua saída (provavelmente pelo amarelo, mas mesmo assim considero um equívoco) o Maradona estava sendo anulado, ou ao menos, muito bem marcado.
      Agora eu te pergunto, quantos craques, do nível ofensivo do Matthäus, têm também a capacidade de marcar a ponto de serem destacados para marcar individualmente um craque adversário? Rijkaard, Sammer e mesmo Scirea não eram tão bons quanto Lothar no ataque. Didi, Falcão, Breitner e Redondo pelo o que vi, não teriam a mesma capacidade de marcação, perseguição e desarme. Talvez só Beckenbauer e Neeskens teriam a mesma pujança defensiva e qualidade no ataque.”

      Eu coloquei Matthaus no meu “time balanceado A” neste post. Logo, não discordo de você. O alemão foi melhor do jogador do mundo em determinado momento, e, como você bem disse, era excelente tanto no ataque quanto na defesa. Sobre o Xavi, sim, foi craque, obviamente. Porém, que nem você, não o vejo no nível de um Didi ou Matthaus.

      “Quanto ao Cristiano Ronaldo, sigo sendo voz dissonante: é um craque, um monstro físico, talvez o mais obcecado e perfeccionista da história deste esporte, talvez o que com esforço mais expandiu o que poderia conseguir em condições normais. Mas, na centroavância, que é onde ele briga realmente, dos que vi prefiro Romário, depois Ronaldo fenômeno. Mas é aquela questão de quem é o maior não necessariamente é o melhor, penso eu.”

      Na bola, eu concordo com você. Ronaldo e Romário foram mais talentosos. Contudo, a carreira do Cristiano é muito longeva e vencedora. Para resumir: ele entra na minha seleção de maiores jogadores, mas não de melhores. kkk

      Abraço e obrigado pelo comentário.

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