Em relação ao brasileiro, contarei desde sua estreia em jogos oficiais (07/07/1957 contra a Argentina – Ele possuía 17 anos) até o último jogo oficial do Brasil antes de Pelé completar 28 anos (11/08/1968 contra a Argentina). Quanto ao argentino, contarei partir de seu “debut” em jogos oficiais (16/08/2005 contra a Hungria – ele possuía 18 anos) até o último jogo oficial da Argentina sem ele (31/03/2015 contra o Equador).
Brasil com Pelé
Na era Pelé, a seleção brasileira tornou o nosso país sinônimo de futebol em todo o mundo. Grandes craques desfilaram com o manto da “Canarinho”. Vale destacar Pelé e Garrincha, dois dos maiores jogadores da história do futebol e que jamais perderam um jogo ao atuar juntos pela seleção brasileira; foram 40 partidas divididas em 36 vitórias e 4 empates; Pelé anotou 44 e Garrincha, 11 gols.
Com o “Rei” em Campo, o Brasil disputou 60 jogos oficiais até 28/07/1968 divididos em 44 vitórias (73,33%), 8 empates (13,33%) e 8 derrotas (13,33%), numa média de 2,33 pontos por partida. A equipe canarinho marcou 156 (2,6 por jogo) e sofreu 56 gols (0,93 por jogo).
Nessas partidas, Pelé marcou incríveis 59 gols numa média de 0,98 por jogo. Ele foi responsável por 37,82% dos gols do Brasil e por 27,83% dos gols dos jogos.
Brasil sem Pelé
Notória a qualidade dos jogadores brasileiros em seus anos dourados. Pelé teve o prazer de ter como companheiros em diferentes momentos vários craques como Garrincha, Didi, Gérson, Carlos Alberto Torres, Rivellino, entre outros. O Brasil conseguiu inclusive vencer a Copa de 1962 após a lesão de Pelé no segundo jogo. Mas será que a seleção mantinha realmente o mesmo aproveitamento sem o “Rei”?
O Brasil nesse intervalo de tempo disputou 67 jogos, divididos em 41 vitórias (61,19%), 12 empates (17,91%) e 14 derrotas (20,89%), numa média de 2,01 pontos por jogo. A seleção marcou 145 (2,16 por jogo) e sofreu 87 gols (1,29 por jogo).
Conclusão sobre o efeito de Pelé no Brasil:
Como se pode ver, sem Pelé, o Brasil continua imponente, mas piora em todos os quesitos. Assim, com o “Rei”, a seleção aumentava seus pontos em 15,92%; ganhava mais (73,33 contra 61,19%); e empatava e perdia menos jogos (respectivamente 13,33 contra 17,91% e 13,33 contra 20,89%). Ademais, a seleção melhorava o número de gols anotados (2,6 contra 2,16 por jogo) e sofridos (0,93 contra 1,23 por jogo).
Pelé em Copas do Mundo (todas as copas disputadas)
Utilizarei todas as 4 participações de Pelé em Copas, pois Messi no próximo mundial já será mais velho que Pelé em 1970.
O “Rei” venceu 3 copas do mundo (apesar de ter atuado em apenas 2 dos seis jogos em 1962). Em 14 jogos disputados, a seleção teve 9 vitórias, 1 empate e 1 derrotas, fez 37 e sofreu 14 gols. Além de momentos históricos, Pelé teve números impressionantes nos torneios. Ele teve 12 tentos (0,85 por jogo, 32, 4% dos gols do time e 23,52% do jogo) e 8 assistências (0,57 por jogo), ou seja, participação direta (gols mais assistências) em 54,05% dos gols do Brasil.
Pelé outrossim foi artilheiro em “mata-mata” de Copas: fez 1 gol em quartas de final (contra o País de Gales em 1958), 3 gols em semifinais (3 contra a França em 1958) e 3 gols em finais (dois contra a Suécia em 58 e um contra a Itália em 1970).
Argentina com Messi:
A seleção argentina com Messi conquistou uma medalha de ouro nas Olimpíadas (competição sub 23), mas não conseguiu sair da fila de títulos na equipe sênior (foi vice da Copa do Mundo em 2014 e na Copa América de 2007). Lionel teve grandes companheiros no período (embora, claro que não geniais como os de Pelé) como Zanneti, Tevez, Véron, Aguero, Riquelme e Di Maria.
Com “La Pulga” em Campo, a Argentina disputou 97 jogos oficiais até 18/11/2014 divididos em 58 vitórias (59,79%), 19 empates (19,58%) e 20 derrotas (20,61%), numa média de 1,98 pontos por partida. A equipe “albiceleste” marcou 175 (1,80 por jogo) e sofreu 86 gols (0,88 por jogo).
Nessas partidas, Messi marcou 45 gols numa média de 0,46 por jogo. Ele foi responsável por 25,71% dos gols da Argentina e por 17,24% dos gols dos jogos.
Argentina sem Messi
Muitos, em defesa dos insucessos de Messi na seleção, atacam a qualidade dos seus companheiros e alegam a dependência da Argentina em relação ao genial jogador. Mas será que a seleção sofre sua presença?
A Argentina sem Messi no espaço de tempo aqui tratado disputou 33 jogos, divididos em 20 vitórias (60,60%), 7 empates (21,21%) e 6 derrotas (18,18%), numa média de 2,03 pontos por jogo. A seleção marcou 66 (2 por jogo) e sofreu 35 gols (1,06 por jogo).
Conclusão sobre o efeito de Messi na Argentina:
Como se pode ver, com Messi, surpreendentemente a Argentina tem leve queda de rendimento: reduz seus pontos em 2,52%; perde mais (20,61 contra 18,18%); empata menos (19,58 contra 21,21%); e ganha menos jogos (59,79 contra 60,60%). A seleção com Lionel também piora o número de gols anotados (1,8 contra 2 por jogo), mas reduz a quantidade de gols sofridos (0,88 contra 1,06 por jogo). Urge asseverar que isso não significa que aqui se defenda que se retire “La Pulga” da Seleção. Apenas um louco escreveria algo assim!
Messi em Copas do Mundo.
O gênio argentino disputou três mundiais. Seu melhor resultado foi o vice-campeonato em 2014.
Em 15 jogos disputados, a seleção argentina teve 11 vitórias, 2 empates e 2 derrotas, fez 26 e sofreu 11 gols. Messi teve 5 tentos (0,33 por jogo – 19,23% dos gols do time e 13,51% dos gols dos jogos) e 4 assistências (0,26 por jogo), ou seja, participação direta (gols mais assistências) em 34,61% dos gols da Argentina.
Alfim, insta aduzir que Messi ainda não fez gols em jogos eliminatórios em Copas.
Messi x Pelé em seleções – conclusão
Pelé vence com larga vantagem. Ele detém números individuais gerais melhores em todos as categorias, além da capacidade de resolver em jogos decisivos em Copas. Fora o maior faro de artilheiro, Pelé influenciava a seleção na parte defensiva. O Brasileiro mantinha número semelhantes ao Santos, enquanto Messi reduz sua produção de forma considerável em relação ao que faz pelo Barça.
Mesmo com a presença de melhores companheiros ao lado de Pelé, a disparidade é tão grande que não permite nenhum argumento convincente favorável a Messi.
Veja quadro comparativo final dos números individuais dos gênios em partidas por seleções:
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